Um pequeno guia de estudos sobre Raja Yoga

Este post apresenta uma pequena lista de textos e livros para aqueles interessados em iniciar os estudos em Raja Yoga.

O Raja Yoga é a metodologia de prática yogui cujo texto mais importante é o Yoga Sutra de Patanjali. Dito de outra forma, a prática yogui fundamentada no Yoga Sutra é chamada de Raja Yoga. O termo Raja pode ser traduzido como real ou régio. Neste sentido, o Raja Yoga é considerado por seus adeptos a metodologia de Yoga mais importante.

Alguns aspectos peculiares sobre o Raja Yoga são:

  1. Não se tem conhecimento de uma tradição mestre-discípulo que tenha se perpetuado por séculos como sendo a tradição do Raja Yoga. Porém, pode-se dizer que as práticas que compõem a metodologia do Raja Yoga são práticas tradicionais, algumas delas encontradas há milênios na tradição espiritual indiana.
  2. O texto autoritativo do Raja Yoga é um sutra. Um sutra é um texto que se propõe a ser criptográfico por definição. É propositalmente impossível um principiante ler um sutra e entender alguma coisa dele. Os sutras são escritos de modo muito resumido, são um tipo de texto para servir de guia para um professor que já estudou/praticou o tema e está usando apenas uma lista de tópicos mais importantes pra ensinar um assunto.
  3. Alguns autores modernos tem apontado para o fato de que os oito “membros” do Yoga não são práticas que devem ser seguidas numa sequência e, não necessariamente, todos os oito “membros” devem ser praticados para se dizer que a prática é de Raja Yoga. Na verdade, diz-se que esses oito componentes são auxiliares à prática de Yoga.
  4. Estudiosos acadêmicos apontam veementemente que a base filosófica do Raja Yoga é o Samkhya. Assim, recomenda-se o estudo de textos como o Samkhya Karika de Ishvara Krishna.
  5. Para o Raja Yoga, Yoga é Samadhi.

Dito isso, podemos afirmar que seria falso determinado professor dizer que faz parte de uma tradição de Raja Yoga que foi transmitida ininterruptamente de mestre a discípulo e que se estende há séculos ou milênios. Mas pode-se dizer que determinado professor faz parte de uma tradição centenária/milenar de sabedoria indiana em que se ensina, dentre outras coisas, Raja Yoga.

A ausência do fator linhagem pode parecer à primeira vista um ponto negativo, mas na verdade é um ponto forte do Raja Yoga. Pois isso dá liberdade ao praticante de exercer de modo flexível sua prática. No entanto, exceto por graça divina, ninguém aprende algo sozinho. Todos nós precisamos ouvir de alguém ou ler algo que alguém escreveu para aprendermos qualquer coisa. Mas neste ponto, temos mais um fator positivo. Um professor autêntico de Raja Yoga procura desde o início desenvolver a habilidade de autonomia em seus alunos. O treinamento em Raja Yoga procura desenvolver no praticante a habilidade de “ouvir” a sabedoria interna (ou divina) que está o tempo todo a nos falar, mas que em nosso modo usual de vida não a ouvimos. Um professor autêntico de Raja Yoga não quer manter discípulos dependentes de si por tempo indefinido. Na verdade, uma das maiores alegrias do professor autêntico de Raja Yoga é ver seu aluno atuando independentemente, mas no caminho certo.

Existem centenas de traduções diferentes dos Yoga Sutras e uma quantidade ainda maior de livros explicando o que dizem ser Raja Yoga. O principal problema é que, devido ao fato de que os sutras são textos muito difíceis de interpretar, cada pessoa que interpreta o interpreta de uma perspectiva que “puxa a sardinha” para a brasa da sua tradição.

A seguir, apresento uma lista de textos que expõem traduções e explicações sobre o Raja Yoga. Alguns desses textos podem apresentar explicações um pouco divergentes mas todos são muito bons e seus autores são muito importantes para a tradição Yogue:

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