Como lidar com o desejo

यतो न कामप्राप्त्या कामप्रविलयः अपि तु दोषपरिभावनाभुवा प्रसङ्ख्यानेन ( मण्डनमिश्र ब्रह्मसिद्धि )

pois [a] dissolução do desejo não [é alcançada] pela obtenção [do que se] deseja mas certamente por  prasaṅkhyāna  com base na contemplação do defeito [do objeto desejado].

यतो = यतः (हशि च ६.१.११४ ) = indec. = pois, onde

न = indec. = não

कामप्राप्त्या = काम प्राप्त्या (षष्टी-तत्पुरुष-समास) = pela obtenção do desejo (ou do que é desejado)

काम = masc. = desejo

प्राप्त्या = fem. 3 sing. = प्राप्ति = pela obtenção

कामप्रविलयः = काम प्रविलयः ( षष्टी-तत्पुरुष-समास )

काम = masc. = desejo

प्रविलयः = masc. 1 sing. = dissolução

अपि = indec. = e, também, certamente

तु = indec. = mas

दोषपरिभावनाभुवा = ( ( दोष परिभावना – षष्टी-तत्पुरुष-समास ) भुवा – सप्तमी-तत्पुरुष-समास)

दोष = masc. = defeito

परिभावना = fem. = contemplação

भुवा = fem. 3. sing = भू = pela/por/com base

प्रसङ्ख्यानेन = 3 sing = por  prasaṅkhyānena

Meditação e Saúde

A meditação é uma prática milenar que tem ganhado cada vez mais popularidade na sociedade contemporânea. Ela consiste em um estado de concentração profunda, no qual se busca a paz interior e a tranquilidade mental. A meditação pode trazer inúmeros benefícios para a saúde, especialmente para a saúde mental, e é uma prática complementar que pode ser adotada em conjunto com outras terapias.

A saúde mental é uma das áreas em que a meditação tem sido mais estudada e aplicada. A meditação pode ajudar a reduzir a ansiedade e o estresse, dois problemas que afetam muitas pessoas na atualidade. A ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações estressantes, mas quando se torna crônica, pode prejudicar a qualidade de vida das pessoas. A meditação pode ajudar a controlar a ansiedade, aumentando a sensação de calma e bem-estar.

O mindfulness é uma técnica de meditação que se concentra na atenção plena. É um estado mental em que se presta atenção aos pensamentos, emoções e sensações corporais, sem julgamento ou distração. A técnica do mindfulness tem se mostrado eficaz no tratamento de transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade.

O estresse é uma das principais causas de problemas de saúde no mundo moderno. A meditação pode ajudar a reduzir o estresse, diminuindo a frequência cardíaca e a pressão arterial. Além disso, a meditação pode melhorar a qualidade do sono, reduzindo a insônia e a fadiga.

A meditação também pode ser praticada em conjunto com outras técnicas de Yoga, uma prática milenar que combina movimentos corporais com técnicas de respiração e meditação. O Yoga pode ajudar a reduzir a ansiedade, melhorar a flexibilidade e a postura corporal e aumentar a sensação de bem-estar.

O autoconhecimento é outro benefício da prática da meditação. Ao meditar, as pessoas podem se conectar consigo mesmas, entender seus pensamentos e emoções, e descobrir seus pontos fortes e fracos. Isso pode ajudar a aumentar a autoestima e a confiança, além de promover a sensação de realização pessoal.

O relaxamento é outro benefício da meditação. A meditação pode ajudar a reduzir a tensão muscular e a sensação de estresse, promovendo a sensação de relaxamento e bem-estar. Além disso, a meditação pode ajudar a melhorar a concentração e a produtividade, favorecendo o desempenho em atividades cotidianas e profissionais.

A respiração é uma técnica importante na prática da meditação. A respiração profunda e consciente pode ajudar a reduzir o estresse, aumentar a concentração e promover a sensação de relaxamento. A meditação também pode ajudar a controlar a respiração em momentos de ansiedade e estresse, o que pode ser útil em situações cotidianas e em momentos de pressão.

Em resumo, a meditação é uma prática que pode trazer inúmeros benefícios para a saúde, especialmente para a saúde mental. A meditação pode ajudar a reduzir a ansiedade. A ansiedade é um estado de apreensão, medo e tensão, que pode afetar a saúde mental e física das pessoas. A meditação pode ajudar a controlar a ansiedade, aumentando a sensação de calma e bem-estar.

Embora o objetivo tradicional da meditação não seja reduzir ansiedade e estresse, nós podemos nos beneficiar de sua prática.

Tradução – Virupakshasika Capítulo 2 Verso 9

Tradução do verso 2.9 e do bhashya deste verso feito por Vidyacakravartin. Tradução baseada no texto de David Peter Lawrence.

Esta tradução tomou como base a tradução disponível no livro The Teachings of the Odd-Eyed One: A Study and Translation of the Virupaksapancasika, with the Commentary of Vidyacakravartin . Em vários aspectos a tradução que eu estou disponibilizando aqui difere da apresentada no livro. Provavelmente, pela falta de experiência minha em traduções do sânscrito. A minha principal intenção é apontar o significado das palavras que compõem o verso e o Bhashya e em alguns casos apontar aspectos gramaticais.

प्रत्यवमर्शात्मासौ चितिः स्वरसवाहिनी परा वाग् या । आद्यन्तप्रत्याहृतवर्णगणा सत्यहन्ता सा ॥९॥

pratyavamarśātmāsau citiḥ svarasavāhinī parā vāg yā । ādyantapratyāhṛtavarṇagaṇā satyahantā sā ॥9॥

Essa (असौ) consciência [चितिः] [é] [a] natureza (आत्मा) da deliberação sobre si (प्रत्यवमर्श), [é] a fala [वाक्] suprema [परा], fluindo [वाहिनी] em sua própria essência (स्वरस), que (या) [está] contida (प्रत्याहृत) no grupo (गणा) de fonemas (वर्ण) do primeiro ao último. Esta (सा) [é] em realidade (सति) a subjetividade/eu-dade (अहन्ता).

Detalhes da tradução do verso

प्रत्यवमर्शात्मासौ = ( प्रत्यवमर्श आत्मा TP6) असौ

प्रत्यवमर्श = reflexão; contemplação, deliberação

आत्मा = ātmā: m1s: ātman = essence, nature, character

असौ  = asau: f1s: adas = aquela, essa

चितिः = citis: f1s: citi = consciência, mente, intelecto

स्वरसवाहिनी = ( स्वरस वाहिनी TP7) = fluindo em sua própria essência

स्वरस = essência própria 

वाहिनी = vāhinī: f1s: vāhin = fluxo, fluindo

परा = parA = suprema

वाग् = वाक् => fala

या = pronome relativo feminino nominativo singular = que, quem

आद्यन्तप्रत्याहृतवर्णगणा = आद्यन्त प्रत्याहृत वर्ण गणा

आद्यन्त = primeiro e último

प्रत्याहृत = contido

वर्ण = letra, fonema

गणा = f1s: gaṇa = grupo

सत्यहन्ता = सति अहन्ता =

सति = sati: m7s: sat = em realidade, na verdade

अहन्ता = f1s = estado de ser eu, eu-dade, subjetividade

सा = pron. demonstrativo f1s = esta

Bhashya

प्रत्यवमर्शात्मा  विमर्शस्वभावा । असौ सर्वस्यैव स्वानुभवसिद्वत्वाद् असावित्यध्यक्षतया निर्देष्टुमुचिता । चितिः विगलितचेत्योपरागा चेतनस्य स्वरूपेणावस्थितिः । स्वरसवाहिनी निरोधकाभावादनिशं स्फुरद्रूपा । सा विमर्शमयत्वाद् वाक् । तत्रापि स्वरूपज्योतिष्ट्वेनैव प्रकाशनात् स्वरूपव्यतिरिक्तपस्यन्त्यादिरूपा नेयम् , अपि तु परैव, यदागमः – स्वरूपज्योतिरेवान्तः सूक्ष्मा वागनपायिनी इति । शुद्धवाग्रूपत्वाद् येयं वर्णात्मिका , सा प्रत्याहारयुक्त्या गृहीताभ्यामकारहकाराब्यामहन्तेति निरुच्यते , न पुनरहामिति प्रतियमानतयैवेयमहन्ता 

Essa (असौ) [é] [a] natureza (आत्मा) da deliberação sobre si (प्रत्यवमर्श) significa [que tem] a natureza da deliberação. Essa (असौ) [significa] [a] agradável definição pelo perceptível devido a ter realizado o entendimento de si própria e portanto de tudo. Consciência (चितिः) significa dissolvida, [o] desejo de fazer brilhar e estabelecida pela própria natureza  da consciência. A afirmação “ fluindo [वाहिनी] em sua própria essência (स्वरस)” significa [a] forma da existência do obstrutor [que] vibra incessantemente. Esta (सा) significa [a] fala [é] constituída por introspecção.

Portanto, também nesse caso, pelo estado de ser a dispersão do brilho da própria natureza a partir do iluminante, [ela é a] primeira aparência [para os] que enxergam além da própria natureza. E, também, não [é] esta então suprema quando se afastando – [a] luz da própria forma portanto [é o] fim sutil inseparável da fala.

Esta que devido à fala pura [é] composta de fonemas, ela pela união na dissolução é terminada por ha [e] entendida por A [e] HA, não é expressa, nem [é] novamente “Eu”. Então esta subjetividade [é] pacificada por restaurar(-se)

Detalhes da tradução

प्रत्यवमर्शात्मा  विमर्शस्वभावा ।

प्रत्यवमर्शात्मा significa a natureza da deliberação

प्रत्यवमर्शात्मा  is विमर्शस्वभावा = 

विमर्शस्वभावा = विमर्श स्वभावा TP6 = [a] natureza da deliberação

विमर्श = reflexão, consideração, deliberação

स्वभावा = f1s = natureza, condição própria, estado de ser

असौ सर्वस्यैव स्वानुभवसिद्वत्वाद् असावित्यध्यक्षतया निर्देष्टुमुचिता ।

असौ  = सर्वस्यैव स्वानुभवसिद्वत्वाद् असावित्यध्यक्षतया निर्देष्टुमुचिता = essa [significa] devido a ter realizado o entendimento de si própria e portanto de tudo, [a] agradável definição pelo perceptível.

सर्वस्यैव = सर्वस्य एव = portanto de todos/tudo

स्वानुभवसिद्वत्वाद् => ( ( स्व अनुभव ) सिद्वत्वात् TP6) = devido a ter realizado a percepção de si

स्व = próprio

अनुभव = percepção, entendimento

सिद्धत्वात् = n5s = devido a ter alcançado/realizado

असावित्यध्यक्षतया = असावित् अध्यक्षतया

असाविति =   असौ इति = 

असौ =  f1s: adas = essa

इति = “”

अध्यक्षतया  = f3s ppp: pelo perceptível 

निर्देष्टुमुचिता = निर्देष्टुम् उचिता = [a] agradável definição 

निर्देष्टुम् = infinitivo de निर्देष् = definir, guiar 

उचिता = ucitā: f1s ppp : ucita = prazeroso, agradável

चितिः विगलितचेत्योपरागा चेतनस्य स्वरूपेणावस्थितिः ।

चितिः significa विगलितचेत्योपरागा चेतनस्य स्वरूपेणावस्थितिः =  dissolvida, [o] desejo de fazer brilhar e estabelecida pela própria natureza  da consciência

विगलितचेत्योपरागा = विगलित च इति ओप रागा

विगलित च इति ओपरागा = 

विगलित = esvaziado, secado, dissolvido

च = e

इति = “”

ओप = fazer brilhar, polir

रागा = f1s = paixão, desejo

चेतनस्य => 6s = da consciência

स्वरूपेणावस्थितिः = स्वरूपेण अवस्थितिः = estabelecida pela própria natureza

स्वरूपेण = pela própria natureza 

अवस्थितिः = f1s: avasthiti = situada, estabelecida

स्वरसवाहिनी निरोधकाभावादनिशं स्फुरद्रूपा । 

स्वरसवाहिनी significa निरोधकाभावादनिशं स्फुरद्रूपा = [a] forma da existência do obstrutor [que] vibra incessantemente 

निरोधकाभावादनिशं स्फुरद्रूपा   = निरोधक अभावत् अनिशम् = incessantemente desde a existência do impedidor

निरोधका = 6s  = obstrutor, confinador, impedidor

भावात् = 5s = do ser, da existência

अनिशम् = indec. = incesantemente, continuamente

स्फुरद्रूपा = स्फुरत् रूपा = [a] forma [que] vibra

स्फुरत् = que treme, tremendo, que vibra

रूपा = f1s = forma

सा विमर्शमयत्वाद् वाक् ।

सा significa विमर्शमयत्वाद् वाक् = [a] fala [é] constituída por introspecção 

विमर्शमयत्वाद् वाक्  = (विमर्शम् अयत्वात् TP6) वाक् = 

विमर्शम् =  m2s = reflexão, introspecção

अयत्वात् = 5s desde ser constituída

वाक् = fala

तत्रापि स्वरूपज्योतिष्ट्वेनैव प्रकाशनात् स्वरूपव्यतिरिक्तपस्यन्त्यादिरूपा नेयम् , अपि तु परैव, यदागमः – स्वरूपज्योतिरेवान्तः सूक्ष्मा वागनपायिनी इति ।

Portanto, também nesse caso, pelo estado de ser a dispersão do brilho da própria natureza a partir do iluminante, [ela é a] primeira aparência [para os] que enxergam além da própria natureza. E, também, não [é] esta então suprema quando se afastando – [a] luz da própria forma portanto [é o] fim sutil inseparável da fala.

तत्रापि = तत्र अपि =

तत्र = lá, nesse caso

अपि = também

स्वरूपज्योतिष्ट्वेनैव = ( स्वरूप ज्योतिष्ट्वेन 3s, TP6) एव = portanto pelo estado de ser a dispersão do brilho da própria natureza

स्वरूप = própria natureza

ज्योतिष्ट्वेन = 3s = pelo estado de ser a dispersão do brilho

एव = portanto

प्रकाशनात् = n5s = desde o iluminante

स्वरूपव्यतिरिक्तपश्यन्त्यादिरूपा = स्वरूप व्यतिरिक्त पश्यन्ति आदिरूपा = primeira aparência [para os] que enxergam além da própria natureza

स्वरूप = própria natureza 

व्यतिरिक्त = indo além, excessivo, imoderado

पश्यन्ति  = n1/2p = que veem/enxergam

आदिरूपा = f1s = primeira aparência

नेयम् =  न इयम् = 

न = não

इयम् = f1s इदम् = esta

अपि => também

तु => e, mas

परैव => परा एव =

परा = suprema  

एव = portanto, então

यदागमः = यदा गमः =

यदा  = quando, sempre que

गमः = se afastando

स्वरूपज्योतिरेवान्तः = स्वरूप ज्योतिः एव अन्तः = [a] luz da própria forma portanto é o fim

स्वरूप = própria forma 

ज्योतिः = m1s = luz

एव = portanto, então

अन्तः = m1s = fim, limite

सूक्ष्मा = f1s = sutil

वागनपायिनी = (वाग् अनपायिनी TP6) = inseparável da fala

वाग् = fala 

अनपायिनी = inseparável

इति = “”

शुद्धवाग्रूपत्वाद् येयं वर्णात्मिका , सा प्रत्याहारयुक्त्या गृहीताभ्यामकारहकाराब्यामहन्तेति निरुच्यते , न पुनरहामिति प्रतियमानतयैवेयमहन्ता 

Esta que devido à fala pura [é] composta de fonemas, ela pela união na dissolução é terminada por ha [e] entendida por A [e] HA, não é expressa, nem [é] novamente “Eu”. Então esta subjetividade [é] pacificada por restaurar(-se)

शुद्धवाग्रूपत्वाद्  = शुद्ध वाग् रूपत्वात्

येयं = येयम् = या इयम् = 

या = pron. relativo que 

इयम् = f1s इदम् = esta

वर्णात्मिका =वर्ण आत्मिका

वर्ण = letra, fonema

आत्मिका = f1s = composta de fonemas

सा = essa, a, aquela

प्रत्याहारयुक्त्या =प्रत्याहार युक्त्या = pela união com/da dissolução

प्रत्याहार = m = reabsorção, dissolução

युक्त्या = f3s: yukti = união, junção conexão

गृहीताभ्यामकारहकाराभ्यामहन्तेति = गृहीताभ्याम् ( अकार  हकाराभ्याम् DVD) अहन्त इति = é terminada por ha [e] entendida por A [e] HA

गृहीताभ्याम् = ppp 3d = pelas as duas recebidas, aceitas, obtidas, entendidas

अकार हकाराभ्याम् = por/com A [e] HA

अहन्त = terminando com HA

इति = “”

निरुच्यते = não expressa 

न = não

पुनरहामिति = पुनः अहाम् इति

प्रतियमानतयैवेयमहन्ता = प्रतियम् आनत एव इयम् अहन्ता = então esta subjetividade [é] pacificada por restaurar(-se)

प्रतियम् = restaurar, retornar, é equivalente

आनत = obediente, pacificada

एव = portanto, então

इयम् = f1s इदम् = esta

अहन्ता = f1s = subjetividade, eu-dade

Nirvana Shatkam – nirvāṇaṣaṭkam – Tradução do verso 1

Tradução do verso 1 do Sexteto do Nirvana.

मनोबुद्ध्यहङ्कारचित्तानि नाहं न च श्रोत्रजिह्वे न च घ्राणनेत्रे ।

न च व्योमभूमिर्न तेजो न वायुश्चिदानन्दरूपः शिवोऽहं शिवोऽहम् ॥ १॥

eu não [sou] [a] mente, [o] intelecto, [a] individualidade, [os] pensamentos

e [não sou] [o] ouvido, [a] língua,

e [não sou] [o] cheiro e [os dois] olhos

e não [sou] [o] céu, [a] terra, nem [o] fogo,

e nem [o] vento.

[eu sou a] essência da felicidade e da consciência,

eu [sou] shiva

eu [sou] shiva

  

मनोबुद्ध्यहङ्कारचित्तानि => मनः बुद्धि अहंकार चित्तानि 

मनः => n1s => mente

बुद्धि => n1s => intelecto

अहंकार => m => individualidade

चित्तानि => n1p ppp चित्त => pensamentos 

नाहं => न अहम्

न => indec. => não

अहम् => pron. => eu

न => indec. => não

च => indec. => e

श्रोत्रजिह्वे => श्रोत्र जिह्वे

श्रोत्र => n => ouvido

जिह्वे => f1d => língua

न => indec. => não, nem

च => indec. => e

घ्राणनेत्रे => घ्राण नेत्रे

घ्राण => cheiro

नेत्रे => f2d => dois olhos

न => não

च => e

व्योमभूमिर्न => व्योम भूमिः न

व्योम => n1s => céu

भूमिः => f1s => terra

न => não

तेजो => तेजः => m1s => fogo

न => não

वायुश्चिदानन्दरूपः => वायुः चिद्  आनन्द रूपः

वायुः => m1s => vento

चिद् => consciência

आनन्द => m => felicidade

रूपः => m1s => forma

शिवोऽहं => शिवः अहम् 

शिवः => m1s => shiva

अहम् => pron. => eu

शिवोऽहम् => शिवः अहम्

शिवः => m1s => shiva

अहम् => eu

Espiritualidade, à la carte ou self-service?

O risco de querermos inventar nosso caminho espiritual.

Houve um tempo em que alguém que quisesse aprender sobre Yoga (ásanas, ascese, pranayama, etc), meditação, Vedanta, Rituais ou qualquer assunto relacionado à espiritualidade deveria procurar por alguém que reconhecidamente era um professor daquele assunto. Veja que enfatizei a palavra reconhecidamente. O reconhecimento de que alguém era um professor de assuntos espirituais vinha de pelo menos duas origens: (i) de uma linhagem de mestres-díscipulos da qual o professor reconhecido fazia parte; (ii) de uma comunidade que estava em volta daquele professor, estudava com, punha em prática seus ensinamentos e os validava em sua vida.

Como muitos desses professores reconhecidos não tinha o ensino do autoconhecimento como uma profissão, mas como parte da sua vida, eles não divulgavam aos quatro ventos que estavam ensinando esses assuntos e que estavam à procura de alunos. Então, pra começo de conversa era meio complicado de achar alguns professores. Em segundo lugar, não bastava chegar ao professor e dizer que queria estudar com ele, você deveria mostrar-se merecedor do conhecimento.

O tempo passou, algumas tradições morreram de morte natural ou foram atacadas por outras tradições e destruídas. Alguns professores, por medo de que o conhecimento morresse com eles pediram para seguidores anotarem seus ensinamentos. Outros professores, simplesmente escreveram os ensinamentos ou comentários sobre os ensinamentos. Além disso, as tecnologias evoluíram permitindo que os textos fossem reproduzidos digitalmente favorecendo a propagação e divulgação dos assuntos espirituais.

Com a popularização da Internet, ficou muito fácil de encontrar textos sobre praticamente qualquer assunto “dito espiritual”. Melhor/Pior que isso, ficou muito fácil acessar “ensinamentos” de “mestres” espirituais via vídeos e áudios. Veja a quantidade de aspas que usei nas sentenças anteriores. Só por que os textos estão disponíveis facilmente não quer dizer que sua leitura ou estudo serão benéficos para qualquer pessoa em qualquer estágio de sua vida. Outro fator complicador é que os textos tradicionais estão escritos em sânscrito. A maioria deles não tem tradução. Por mais que os acadêmicos se esforcem para criar traduções “neutras” sem viés de linhagem, isso não é possível (na minha humilde opinião). A questão da tradução é ainda mais grave, devido a existirem muitas traduções péssimas de vários textos em sânscrito.

É evidente que o primeiro passo de qualquer pessoa hoje ao buscar conhecimentos sobre espiritualidade é fazer uma pesquisa na Internet. Essa possibilidade é uma bênção, não há como negar. Também é evidente que as primeiras tradições com as quais nos conectamos o fazemos por afinidade. (Uma amiga anarquista foi quem me fez perceber isso). E essa conexão por afinidade é similar a escolha de uma comida em um cardápio. Ou seja, à la carte. Não há outra forma de ser, exceto quando você não tem escolha. Mas isso não quer dizer que todos os caminhos são iguais. Nesse caso, devo admitir que Raul Seixas estava errado quando falava com seu amigo Pedro. Todos os caminhos não são iguais, por que cada tradição tem objetivos específicos e para objetivos específicos há métodos específicos. Você não deveria usar um martelo para pregar um parafuso.

Um problema comum na prática de meditação, por exemplo, é alguns praticantes de aplicativos praticarem meditações de tradições transcendentalistas cujo foco principal é o desenvolvimento espiritual de renunciantes (monges, swamis, etc) quando na verdade estão buscando algo para viverem melhor suas vidas e não para abandonar a vida prática. Isso pode dar um nó na cabeça, principalmente quando ocorrem efeitos que são considerados adversos para um pai ou mãe de família mas que para um monge ou swami é o efeito esperado. Se você se considera autodidata e não tem a quem recorrer para conversar sobre os efeitos da sua prática de meditação, o que vai fazer? Provavelmente, seu aplicativo não tem inteligência artificial para ajudar nisso.

Problemas podem surgir de pelo menos duas formas diferentes: (i) quando escolho meu caminho espiritual à la carte, mas invento minha sadhana; (ii) quando escolho práticas de caminhos espirituais diversos (self-service) e invento minha sadhana. Observe que em ambas as situações existe o “inventar a sadhana”. Sadhana é uma prática espiritual, desenvolvida dentro de tradições que tem objetivos específicos dentro daquela tradição. Quando um leigo, do alto de sua ignorância, decide escolher o mantra do mês no instagram para repetir antes de ir à missa, temos um problema. Não com a missa, mas com a mistura de sadhanas. Para que um caminho espiritual funcione adequadamente deve haver um alinhamento entre visão, prática (sadhana) e resultado.

Mesmo vivendo em uma socieade onde “o que eu acho” é mais importante do que a verdade/realidade, temos que perceber que, se você não sabe para onde está indo, pelo menos duas coisas podem acontecer: ou você não chegará a lugar algum, ou onde quer que você chegue você ficará satisfeito. Se você está caminhando na orla de João Pessoa e um amigo passa e pergunta onde você está indo e você diz estou indo à Roma. Ele vai rir de você e dizer que por ali você não vai chegar. Mas você poderá ficar chateado e dizer “eu seu o que estou sentindo, estou na direção certa”. Devemos sempre ter em mente a seguinte pergunta: “e se eu estiver errado e não souber?” É para ajudar a responder essa pergunta que existem os professores. Outro problema agravado pela popularização da Internet foi o aumento na quantidade de autodidatas. Pessoas que dizem que aprenderam a fazer algo sozinhas. Dizer que aprendeu a fazer algo sozinho é meio falacioso. Pois, se você leu algum texto ou ouviu alguém falando sobre o assunto, você não aprendeu sozinho. Mesmo que tenha sido uma revelação de algum ser sobrenatural, esse ser foi quem te falou.

Quando estamos falando de autoconhecimento, estamos falando em lidar com o ego. O ego é um bichinho muito traiçoeiro e esperto. É praticamente impossível você lidar com ele sozinho ou sem a ajuda de alguém mais experiente. Vejamos por exemplo, a prática de mantras. Nos tempos remotos, um mantra era passado para um aluno por um professor que conhecia aquele aluno, conhecia um pouco da personalidade dele, das dificuldades que ele tinha, dos pontos fortes e fracos. O professor ensinava um mantra que sabia que iria auxiliar o aluno em sua jornada. Mais que isso, o professor tinha praticado o mantra milhares de vezes.

Atualmente, tem muita gente ensinando coisas que nunca praticaram, ou por que fizeram um curso no domingo e na segunda já vai ensinar, ou por que leu um livro o mês passado e já que ensinar isso agora, sem nem ter integrado aquilo em sua vida. Hoje em dia, se você quer ganhar dinheiro fácil (como se isso fosse honestamente possível) você vai num site de vídeos online e digita “mantra para a prosperidade”.  Aí você executa simultaneamente o self-service (você quer um mantra para uma “fome” específica) e o à la carte (há vários artistas disponíveis cantando o mantra!).

As sadhanas foram criadas dentro de tradições e foram validadas pela prática de muitas pessoas durante séculos ou milênios. Por mais iluminado que você pense que é, dificilmente vai inventar algo novo em termos de abordagens espirituais e isso vai funcionar sem que seja aprimorado por gerações de praticantes. O ponto principal que devemos entender é que existe um método a ser seguido para que a sadhana funcione. Se você faz várias etapas de uma sadhana, mas do modo como lhe vem à cabeça, dificilmente você vai alcançar o objetivo. E não me venha dizer que o que vale é a intenção. Se o que vale é a intenção, então você não precisa praticar sadhana nenhuma, apenas mentalize sua intenção e veja onde você vai chegar.

Propriedades do Fluxo Mental – Aflições mentais segundo o Yoga.

Breve conversa sobre as “cores” dos pensamentos, ou propriedades do fluxo mental segundo o Yoga.

Curso: Viver em Yoga

Atualmente, é comum o Yoga ser divulgado como uma prática dividida em  exercícios físicos, meditação, respiração, etc. Com essa visão, o praticante pode ser levado a pensar que o Yoga se pratica apenas quando está em seu tapetinho de ásana ou está sentado em sua almofada de meditação. Isso pode causar problemas de entendimento, levando o praticante a se tornar uma pessoa desintegrada, incapaz de associar os benefícios recebidos durante as práticas com a sua vida fora da aula de Yoga. Neste curso, serão abordados temas fundamentais para que o praticante de Yoga possa integrar sua prática à sua vida. O objetivo deste curso é trazer ensinamentos e técnicas que se praticadas adequadamente levarão o praticante a experimentar Uma Vida em Yoga.

Ementa. O problema fundamental do sofrimento humano; Tattvas e meditações associadas; Introdução aos Yoga Sutras de Patanjali; Introdução à Meditação Tântrica. Como integrar os ensinamentos do Yoga à sua vida pessoal.

Textos que serão usados como base: Yoga Sutras de Patanjali; Samkhya Karika; Tripura Rahasya; Vijnana Bhairava Tantra; Svabodha Manjari.

Modo de Funcionamento. Aulas online, uma vez por semana com duração de uma hora. As aulas ficarão gravadas por uma semana. A cada semana serão passadas atividades práticas/teóricas para os participantes realizarem e discutirem os resultados na aula seguinte. Serão disponibilizados áudios com meditações guiadas. Serão disponibilizados materiais em PDF sobre os temas abordados. Haverá 2 retiros em fins de semana a serem combinados, online ou presencial (a ser definido).

Início. Fevereiro de 2021.

Duração. 40 semanas.

Sobre o professor. Eanes Torres é praticante de Yoga/Meditação há mais de 13 anos. Fez o curso de formação de professor de Yoga com a equipe Shri Yoga Devi. É aluno do Instituto Vishva Vidya (Vedanta, Sânscrito e Mantras) desde 2015. Tem feito vários cursos e treinamentos sobre Tantra com o professor Hareesh Wallis.

As vagas são limitadas, para reservar a sua vaga você deve fazer a transferência do valor da inscrição (216 reais) até o dia 20 de janeiro de 2021. Entre em contato pelo e-mail ciencia.contemplativa.cg@gmail.com para obter mais detalhes.