Introdução
De acordo com a filosofia do Yoga, o corpo físico é uma manifestação da consciência. Ele é uma cristalização dos padrões cármicos (comportamentais) criados pela mente. A chave para trabalhar com o corpo, portanto, é entender a consciência que está por trás dele, muito da qual reside fora de nosso senso ordinário. Isso requer que pratiquemos ásanas cientes não apenas das “tecnicalidades” das posturas mas também dos estados emocionais mentais que eles criam dentro de nós.
O Ayurveda compartilha essa teoria de Yoga. Ele vê o corpo como uma manifestação dos doshas, que não são meramente físicos mas também fatores de consciência prânicos e psicológicos. Não podemos olhar para o impatcto “dôshico” dos ásanas puramente sobre o nível físico mas também considerar seus efeitos psicológicos.
O Yoga vê os ásanas não meramente como posturas estáticas mas como condições de energia, que por sua vez são manifestações de consciência. A energia e a atenção que pomos numa postura é tão importante quanto a postura em si mesma. Podemos ver isso na vida ordinária em que como nos sentimos em um nível psicológico determina como nos movemos no nível físico. Padrões de longo prazo de sentimento e energia determinam a forma e o ritmo do corpo.
O Ásana como Estrutura Física
No nível mais básico, um ásana é uma postura física, um tipo de gesto corporal. Na prática de ásana pomos o corpo em uma posição que tem um resultado e uma mensagem específicos dependendo da forma que ele deixa o corpo. Cada ásana tem seu próprio efeito estrutural. As posturas sentadas fornecem estabilidade na espinha. Algumas delas criam flexibilidade nas costas e pernas. Como a maioria das posturas sentadas criam estimulação parassimpática, elas criam uma influência calmante e prazerosa. As posturas em pé aumentam a força geral e os níveis de energia. As posturas de flexão das costas tendem a excitar-nos (estimulação simpática), aumentam a extensão da coluna e criam força nos músculos elevadores do tronco. As posturas de relaxamento liberam e acalmam as energias criadas em cada prática de ásana. Todos os ásanas, sejam em grupos ou individualmente, têm suas próprias propriedades energéticas dependendo do que eles fazem com o corpo. Como uma casa eles possuem sua própria arquitetura.
Ásanas como energia prânica
O corpo físico é um veículo para as energias internas que são definidas por meio do Prana. Os ásanas são veículos por meio dos quais o Prana é dirigido. Um ásana não é meramente uma estrutura física mas uma condição de energia. Os ásanas expressam uma qualidade de energia e mesmo posturas relaxantes podem conter por trás delas uma condição dinâmica da mente e do Prana.
Esse fato dá a todos os ásanas uma certa neutralidade em seus efeitos energéticos, assim como um veículo em si mesmo é neutro, com o objetivo de sua viagem dependendo do motorista. Os ásanas são como um carro com Prana como a força motora. Não é apenas uma questão de ter o veículo certo mas também de movê-lo da forma correta. O impulso prânico por trás do ásana é tão importante quanto o próprio ásana.
Isso significa que dependendo de quanto Prana dirigimos, o mesmo ásana pode levar-nos para lugares diferentes. Por exemplo, uma postura sentada feita com pranayama forte pode ter um efeito muito energizante, enquanto com respiração normal ela pode aquietar-nos ou mesmo nos por pra dormir. A energética prânica de um ásana depende de vários fatores incluindo quão rápido fazemos a postura, o grau de força que usamos e, acima de tudo, como respiramos durante o ásana. De fato, o objetivo da prática de ásana é acalmar o corpo de modo que possamos trabalhar nosso Prana. O Prana se manifesta quando o corpo está quieto. Essa é a importância das posturas sentadas para a cura interna.
Ásana como pensamento e intenção
O ásana não é apenas estrutura e energia mas também reflete pensamento e intenção. Podemos chamar os ásanas de uma forma de exercício “pensativo” (thoughtful) ou “ciente” (mindful). Os efeitos do mesmo ásana variam dependendo de se nossa mente está clara ou turva e de se nossas emoções estão calmas ou turbulentas. Podemos executar um ásana com precisão técnica mas nosso estado mental determinará quão libertador o ásana realmente é para nossa consciência.
Nosso estado mental é refletido em nossa respiração. Quando amente está calma, a respiração está calma. Quando a mente está conturbada, a respiração está perturbada. Então, a energética prânica e mental vão juntas. Enquanto podemos mudar os efeitos prânicos de um ásana por meio da repiração, também podemos mudar os efeitos mentais de um ásana por meio de concentração e meditação. Um ásana deveria ser um tipo de meditação na forma e no movimento. Portanto, sempre deveríamos por nossas mentes em um espaço sagrado de silêncio, observação e desapego enquanto praticamos Yoga.
Se a nossa consciência não estiver engajada durante o ásana, então nossa prática permanece em um nível superficial. O Prana segue a energia da atenção. A postura corporal é um resultado disso. O tipo de postura que uma pessoa tem reflete como ela põe sua atenção na vida, o que ela faz mais comumente. É por isso que tantos de nós estamos com as costas curvas hoje em dia. Nossa principal postura é sentar à mesa, no carro ou em um sofá! Isso põe nossa energia fora de nós mesmos e então nossa energia interna afunda ou colapsa.
Em resumo, portanto, o efeito estrutural do ásana é o primeiro fator. O modo com energizamos o ásana por meio de Prana é o segundo fator. Isso inclui como nos movemos pelo ásana e como respiramos nele. Nosso estado mental é o terceiro fator. A principal regra em uma prática de ásana é manter a mente calma, introspectiva e atenta de modo que não percamos o foco na prática. Todos esses fatores estão interrelacionados. O dosha frequentemente contém a chave para o estado estrutural, prânico e emocional de uma pessoa.
Efeitos Ayurvédicos dos Ásanas
Cada ásana possui um efeito particular relativo aos três doshas. Da mesma forma que o Ayurveda classifica as comidas de acordo com seus efeitos dôshicos em boas ou más para Vata, Pitta e Kapha, dependendo dos gostos e dos elementos que compõem cada comida. Podemos olhar para os diferentes ásanas de acordo com sua habilidade estrutural para aumentar ou diminuir os doshas.
Contudo, essa equação dôshica dos ásanas não deveria ser tomada rigidamente por que o efeito prânico de um ásana pode superar seu efeito estrutural como mencionado anteriormente. A forma do ásana não seu principal fator. Pelo uso da respiração podemos modificar ou mesmo mudar os efeitos dôshicos do ásana. Também devemos lembrar da importância do pensamento e da intenção na prática de ásanas. Considerando o ásana, o Prana e a mente, podemos alterar um ásana particular ou ajustar a prática inteira em direção a um resultado dôshico particular. Combinando ásanas específicos, pranayama e meditação um equilíbrio interno completo pode ser criado e sustentado.
A aplicação dôshica dos ásanas é dupla:
- De acordo com a constituição do indivíduo definida por seu tipo dôshico em Vata, Pitta e Kapha e suas misturas.
- Relativa ao impacto do ásana nos doshas como funções fisiológicas gerais. Cada dosha tem seus lugares e ações no corpo que ásanas afetarão dependendo de sua orientação.
Aplicação Constitucional
Os tipos Vata têm diferentes estruturas corporais e movem-se de modo diferente dos tipos Pitta e Kapha. De modo similar, Pittas e Kaphas têm seus próprios movimentos particulares e posturas que assumem como parte da assinatura dôshica em seus corpos e mentes. Essa diferença entre os doshas é refletida no pulso de cada tipo.
- Os tipos Vata possuem pulso com movimento semelhante a uma cobra. Eles movem-se de modo semelhante a uma cobra e como uma descarga de eletricidade, com movimentos rápidos, abruptos, imprevisíveis e irregulares. Sua energia interna e pensamentos têm a mesma velocidade, brilho, imprevisibilidade e descontinuidade.
- Os tipos Pitta têm um pulso semelhante a uma rã que é nervoso, apertado ou delimitado por natureza. Eles movem-se como pulos de rã e movimento contínuo até alcançarem seu objetivo particular. Seu movimento é como fogo quando salta quando você alimenta-o com mais combustível. Eles agem com foco e determinação, indo passo-a-passo. Sua energia interna e pensamentos têm o mesmo movimento e fluxo determinado e limitado.
- Os tipos Kapha têm um pulso como um cisne que é amplo e fluído. Eles movem-se com a lentidão de um cisne, imponentes e elegantes, tomando seu tempo de forma ondulante. Sua energia flui como um rio serpentenado lentamente, em seu tempo pelo caminho, certos de seu objetivo final. Assim, quando Kapha se acumula, seu movimento se assemelha a água fluindo por um pântano, com resistência e levando a estagnação. Sua energia interna e pensamentos têm o mesmo movimento aquoso e possível inércia.
Cada tipo dôshico tem sua própria estrutura particular e energética de vida que estende-se para a prática de ásana. A prática de ásana deve considerar o dosha da pessoa para realmente ser efetivo.
- A energia Vata é impulsiva e errática, como o vento que sopra forte mas não dura. Mas se nos opusermos a ele, ele fugirá ou quebrará. O Vata deve ser gentilmente refreado e apoiado, aterrado e estabilizado. Deve ser harmonizado e continuado de um modo consistente e determinado.
- A energia Pitta é focada e penetrante e pode cortar e ferir. Pode ser gentilmente relaxada e difusa. É como um feixe que fere os olhos e é estreito em seu campo de iluminação mas, quando expandido, pode ser uma força iluminante.
- A energia Kapha é resistente e complacente. Deve ser movida e estimulada por graus, como o gelo que deve ser derretido vagarosamente até que possa fluir suavemente. Devemos energizar consistentemente e estimular o tipo Kapha para ação posterior.
Contudo, se um ásana não pode ser bom para um tipo dôshico particular não significa que ele nunca deve praticá-lo. Significa que ele deveria praticá-lo de um modo que previna quaisquer desequilíbrios em potencial. Por exemplo, as flexões das costas. Realizadas de modo forçado ou rápido podem causar agravamento de Vata, com tensão severa ao sistema nervoso talvez mais do que qualquer ásana. Contudo, as flexões parciais suaves são ótimas para reduzir Vata que acumula-se na região superior das costas e ombros.
Cada família de ásanas como as posturas em pé, flexões para a frente, ou posturas invertidas possui benefícios gerais para o corpo como um todo e seu movimento potencial geral. Cada família de ásana exercita certos músculos e órgãos que, como parte da estrutura corporal inteira, não deveria ser negligenciada. Para enfrentar qualquer tendência em direção ao desequilíbrio, você deveria selecionar posturas dentro de cada família de ásana que fossem melhores para seu tipo corporal do que as outras dentro do mesmo grupo. Em geral, você deveria ter certeza de que todos os grupos musculares principais do corpo estão repreentados em sua prática pelo menos vários dias por semana.
De modo similar, se um ásana é bom para um dosha particular não significa que todas as pessoas daquele tipo dôshico deveriam praticá-lo. Isso significa que o ásana pode ser bom para elas se praticado do modo correto e se elas são fisicamente capazes de executá-lo. Cada ásana também tem seu grau de dificuldade que pode requerer certo aquecimento ou posturas preparatórias para abordá-lo de modo seguro. Por exemplo, a preparação correta para uma pose sobre a cabeça cria a musculatura de baços e ombros necessária para sustentar um equilíbrio de cabeça bom e seguro. Se uma pose sobre cabeça é boa para seu tipo dôshico não significa que você deveria simplesmente pular na postura ou pode fazê-lo sem possíveis efeitos colaterais.
Adicionalmente, os efeitos de ásanas diferentes variam de acordo com a sequência na qual são praticados. Isto significa que a prática de ásana deveria sempre ser vista como um todo – não meramente em termos dos ásanas separados que a compõem mas em termos do fluxo e do relacionamento entre todos os ásanas particulares realizados. A prática de ásanas (significando a sequência e o modo de realizar os ásanas assim como os ásanas específicos) deveria ser projetada para manter os doshas em equilíbrio relativo à constituição e condição dos indivíduos.
É útil ver uma sequência de ásanas como uma fórmula de ervas. Uma fórmula de ervas ayurvédica contém um número de ervas usado para vários propósitos que contribuem para o efeito geral da fórmula, preenchendo papéis específicos. O efeito geral dôshico da fórmula é determinado pela fórmula como um todo, não por uma erva única dentro da fórmula vista isoladamente. Combinando essas considerações com os fatores genéricos listado acima, para prescrever ásanas efetivamente os professores devem aprender a:
- Mensurar o tipo ayurvédico e os desequilíbrios da pessoa;
- Mensurar a condição estrutural da pessoa, incluindo sua postura, idade e condição física.
- Mensurar a condição prânica, seu controle da respiração e dos sentidos, assim como sua vitalidade e entusiasmo.
- Mensurar o estado mental da pessoa, sua atenção, vontade e motivação, assim como sua condição emocional.
O mesmo ásana deveria ser realizado de modo diferente relativo a se a pessoa é Vata, Pitta e Kapha. O mesmo ásana deveria ser realizado de modo diferente dependendo da idade, sexo e condição física da pessoa. Deveria variar dependendo de se a pessoa tem uma vitalidade forte ou fraca. Variações adicionais ocorreriam se a pessoa está sofrendo de raiva, luto, estresse ou depressão. Isso reflete quatro objetivos primários para uma prática ayurvédica de ásanas:
- Equilibrar os doshas.
- Melhorar a condição estrutural do corpo.
- Facilitar o movimento e o desenvolvimento do prana.
- Acalmar e energizar a mente.
Tipos Ayurvédicos de Corpo e Práticas de Ásanas
Para entender os potenciais dos ásanas para os diferentes tipos de pessoas gostaríamos de olhar para elas de acordo com os tipos dôshicos de corpo.
Tipo de Corpo Vata
Os tipos Vata possuem ossos finos e longos que são frequentemente fracos ou frágeis. Possuem baixo peso corporal e desenvolvimento muscular pobre, mas uma boa quantidade de velocidade e flexibilidade. Sua estrutura óssea torna-os bons em flexões e alongamentos, particularmente dos braços e pernas, quando são jovens. À medida que envelhecem, contudo, a qualidade seca de Vata aumenta e causa-lhes perda de mobilidade se não se exercitarem regularmente.
Uma prática de ásana suave, lenta e equilibrada para ambos os lados do corpo é o exercício ideal para os tipos Vata. Os Vatas têm necessidade predominantemente de ásanas por que os ásanas aliviam o Vata acumulado nas costas e nos ossos, onde ele se aloja. A doença de Vata começa com uma acumulação do movimento do ar para baixo (Apana Vayu), no cólon, que é transferido para os ossos, onde causa problemas de ossos e juntas, que libera tensões nervosas e equilibra o sistema.
O Potencial Negativo de Vata
Os tipos Vata sofrem comumente de rigidez devido à secura e deficiência nos tecidos. Seu baixo peso corporal não permite o “estofamento” adequado das juntas e nervos ou uma hidratação adequada dos tecidos. Eles são mais propensos a machucados por que eles gostam de realizar movimentos repentinos e abruptos, assim como gostam de práticas extremas.
O Potencial Positivo de Vata
Os tipos Vata gostam de movimentos e exercícios. Eles preferem ser ativos e expressivos tanto com o corpo quanto com a mente e gostam de fazer coisas novas. O ásana é algo que eles fazem facilmente e crescem acostumados como parte de sua atividade natural. É um modo calmante deles exercitarem-se.
Vata Bloqueado e Deficiente
Há duas condições básicas de Vata, que são chamadas de Vata bloqueado e Vata deficiente. O Vata bloqueado apresenta uma energia estagnada em algum lugar do corpo, junto com dor ou desconforto mas um peso corporal normal. O Vata deficiente exibe baixa energia, baixo peso corporal e hipersensitividade, frequentemente sem qualquer dor aguda. O Vata bloqueado requer movimento orientado ou ásanas pránicos para liberá-lo. O Vata deficiente requer uma abordagem construtiva e gentil, evitando muito esforço. O Vata bloqueado é mais comum em pessoas jovens que possuem energia adequada mas ela está bloqueada, enquanto o Vata deficiente é mais comum em pessoas mais velhas cuja qualidade dos tecidos está em declínio.
O Tipo de Corpo Pitta
Os tipos Pitta têm um corpo médio com um, geralmente, bom desenvolvimento dos músculos e “soltura” das juntas, que lhes dá uma boa quantidade de flexibilidade. Eles bons na prática de ásana mas não podem fazer muitas das posturas exóticas que os Vatas podem por causa dos ossos mais curtos que geralmente possuem. Os Pittas se beneficiam da prática de ásanas para esfriar a cabeça, esfriar o sangue, acalmar o coração e aleviar a tensão. Por exemplo, os Pittas tendem a ter hipertensão por causa de seu temperamento impetuoso que os mantém sempre querendo ter sucesso ou vencer.
Potencial Negativo de Pitta
Os tipos Pitta tendem a ser “esquentadinhos” e irritáveis devido ao excesso de calor. Eles podem perder a paciência para começar a prática ou para permanecer nela por um tempo. Por outro lado, uma vez envolvidos eles podem exagerar nas posturas e serem agressivos ou militantes em suas práticas. Um Pitta que foi muito longe em sua prática se sentirá mais irritável ou mesmo mais bravo após terminá-la. Os Pittas tenderão a ficar com posturas que podem fazer bem e ignorar aquelas que podem ajudar-lhes a se desenvolverem mais.
Potencial Positivo de Pitta
Os Pittas têm o melhor foco e determinação dos tipos dôshicos. Eles facilmente entram numa disciplina consistente e prática determinada uma vez que eles que tenham começado e tenham sido orientados corretamente. Eles são os mais ordenados e consistentes dos tipos. Eles apenas têm que descobrir o caminho certo para por suas energias.
O Tipo de Corpo Kapha
Os Kaphas são tipicamente curtos e musculosos, ganham peso com facilidade. Com seus ossos curtos e finos carecem de flexibilidade e não podem executar posturas que requeiram flexibilidade como a postura de lótus. Os tipos Kapha necessitam de movimento e estimulação para enfrentar sua tendência de complacência e inércia. Eles são bons em manter uma prática por longos períodos de tempo, uma vez que tenham começado.
Potencial Negativo de Kapha
Os Kaphas tendem a ter sobrepeso, que limita seus movimentos e os torna sedentários. Eles geralmente têm congestão nos pulmões que leva a dificuldade para respirar. Eles carecem de esforço positivo e acham difícil mudar sem algum tipo de estímulo externo. Eles precisam estar constantemente incentivados a fazer mais ou pararão logo o esforço.
Potencial Positivo de Kapha
Os Kaphas são estáveis e consistentes no que fazem. Uma vez que tenham começado algo fazem-no com fé. Eles permanecem emocionalmente calmos e equilibrados em suas práticas independentemente dos resultados. Eles vêem a vida com amor e o trabalho como serviço.
O Modo Ayurvédico de Executar Ásanas
O Ayurveda não olha para os ásanas como formas fixas que por si mesmos diminuem ou aumentam os doshas. Ele os vê como veículos para a energia que podem ser usados para ajudar a equilibrar os doshas, se usados corretamente. O mesmo é verdade para a visão do ayurveda para a comida. Enquanto comidas individuais têm seus efeitos específicos para aumentar ou diminuir os doshas, como preparamos a comida, como as “remediamos” com pimenta, como as combinamos, ou como as cozinhamos para misturar qualidades de comidas em um todo harmonioso, é tão particular quanto as próprias comidas.
Enquanto o Ayurveda diz que as comidas de certos sabores são mais prováveis de aumentar ou diminuir doshas específicos, ele também diz que necessitamos em algum grau de todos os sabores. Assim também precisamos fazer todos os tipos principais de ásanas em algum nível. Cada pessoa precisa de uma faixa completa de exercícios para lidar com a escala completa de movimento no corpo.
Sua prática geral de ásana deveria ser como uma refeição. Cada refeição deveria conter algum nível de todos os seis sabores (doce, azedo, salgado, pungente, amargo e adstringente) e alguma quantidade de todos os tipos de nutrientes necessários para o corpo (amidos, açúcares, proteínas, óleos, vitaminas e minerais) mas com ajustes para as necessidades individuais da constituição de cada um. Assim também a prática de ásana deveria conter todos os tipos de ásanas necessários para exercitar e relaxar o corpo inteiro ajustados aos fatores constitucionais individuais. Deveria incluir posturas sentado, de pé, pronadas, expansivas, de contração e movimentos de subida e descida, mas de um modo e numa sequência que nos mantenha em equilíbrio e considere nossa estrutura energética individual e condições mentais.
Chaves para Executar Ásanas para seu Tipo Vata
Geral: mantenha sua energia firme, equilibrada e consistente; modere e sustente seu entusiasmo.
Corpo: matenha seu corpo calmo, centrado e relaxado; faça o ásana devagar, gentilmente e sem uso indevido ou repentino de força, evite movimentos abruptos.
Prana: mantenha a respiração profunda, calma e forte, enfatizando a inalação.
Mente: mantenha a mente calma e concentrada, aterrada no momento presente.
Chaves para Executar Ásanas para seu Tipo Pitta
Geral: mantenha sua energia fria, aberta e receptiva, como a lua crescente.
Corpo: mantenha o corpo frio e relaxado; execute os ásanas em modo de entrega para remover o calor e a tensão.
Prana: mantenha a respiração fria, relaxada e difusa; exale pela boca para aliviar o calor quando necessário.
Mente: mantenha a mente receptiva, desapegada e alerta mas não afiada ou crítica.
Chaves para Executar Ásanas para seu Tipo Kapha
Geral: se aqueça apropriadamente e então execute o ásana com esforço, velocidade e determinação.
Corpo: mantenha o corpo leve e movendo-se, aquecido e seco.
Prana: mantenha o Prana se movendo para cima e circulando; tome fôlego, respirações rápidas se necessário para manter a energia.
Mente: mantenha a mente entusiástica, desperta e focada como uma chama.