Se fôssemos procurar um significado para Yoga no dicionário, provavelmente, a palavra com maior probabilidade de ser escolhida seria união. No entanto, o Yoga não pode ser definido com uma palavra devido a ampla variedade de manifestações do Yoga no mundo. Com certeza, a maioria das pessoas definem os fenômenos e objetos de acordo com o que vem ou experienciam com seus órgãos dos sentidos. Assim, provavelmente, se falarmos de Yoga para alguém, essa pessoa trará à sua mente os ásanas ou posturas físicas do Yoga como sendo uma representação válida do que é Yoga.
Podemos dizer que o Yoga é um fenômeno espiritual presente em formas variadas na maior parte das religiões do mundo. Porém, foi no seio da tradição indiana que o Yoga atingiu o auge de seu esplendor. O Yoga é uma atividade prática, isso não podemos negar. Mesmo que tal prática seja feita apenas com a mente, no caso da meditação, ou com a fala, no caso de mantras e cânticos.
O Yoga pode ser entendido como uma abordagem prática que leva o praticante a conhecer a si mesmo, a se conectar com a realidade à sua volta e com a natureza. Pensando nesse aspecto de conexão com a natureza, o dia internacional do Yoga foi criado. Pois ele é comemorado no dia do solstício de inverno no hemisfério sul (ou de verão no hemisfério norte). Outro fator que explica a conexão do Yoga com os fenômenos naturais é a cultura de onde ele provém. Na Índia, se observa o calendário lunar. Muitas datas importantes são comemoradas de acordo com as fases da lua e com a posição dos astros.
Esse esforço de se sintonizar com os fenômenos da natureza pode nos ajudar em nosso processo de expansão e de conexão com as forças da natureza. Aqui, vemos que o Yoga não é capaz de nos levar apenas “para dentro”, mas “para fora” também. Mas esse “para fora” é saudável, não é um para fora sintético como a tecnologia tem feito com nossa atenção.
Hoje, há uma guerra sendo travada pelos meios de comunicação para conquistar nossa atenção. Isso faz com que o nosso fluxo mental esteja o tempo todo sintonizado com a tela que está à nossa frente. Isso nos impede de prestar atenção em nossas necessidades internas, nos impede de pensar sobre problemas que precisamos resolver e impede, até mesmo, de irmos ao banheiro e tomar água com mais frequência. Ou o contrário, a tecnologia pode nos lançar num ciclo de ansiedade enorme devido à grande quantidade de informação que “devemos” consumir e que nunca dá tempo, pois sempre há mais seriados e canais online para ver do que o tempo que temos disponível.
Atualmente, o Yoga pode ser a válvula de escape que precisamos para nos observarmos, para ouvirmos as necessidades do nosso corpo e de nossa mente, para entrar em contato com a natureza em práticas que ocorrem em parques. O Yoga pode ser a desculpa que você estava precisando para desligar o celular (por que, afinal de contas, ele poderia tocar durante a meditação).
Diante do exposto, podemos perceber que união é uma palavra muito simples para representar o Yoga. Pois, dependendo do contexto, o Yoga pode representar até desunião. Desunião da sua atenção com a tela do computador, por exemplo. Yoga pode representar a capacidade de realizar uma tarefa habilidosamente e com dedicação. Portanto, você não precisa praticar “Yoga” para praticar Yoga.