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Propriedades do Fluxo Mental – Aflições mentais segundo o Yoga.
Breve conversa sobre as “cores” dos pensamentos, ou propriedades do fluxo mental segundo o Yoga.
Yoga, Pensamentos e Condicionamentos – Vikalpas e Samskaras
Breve conversa sobre Yoga, pensamentos, condicionamentos, vícios e hábitos.
Vida de Yoga
Breve conversa sobre Yoga.
Sentar em Silêncio como um Ato de Rebeldia (não conformidade)
Num mundo em que todos correm contra o relógio para terem alto desempenho, sentar em silêncio é um ato de rebeldia.
Vamos começar observando dois fatores importantes que ocorreram para o ser humano ao longo da história: i) a quantidade de horas anuais de trabalho tem diminuido de 1950 até os dias de hoje; ii) a produtividade laboral aumentou de 1950 até os dias de hoje. Isso pode ser visualizado nos gráficos das Figuras 1 e 2.
Observando o gráfico da Figura 1, percebemos que ao longo dos últimos 70 anos a quantidade de horas anuais de trabalho por trabalhador vem diminuindo gradativamente. Para o caso do Brasil, se considerarmos hoje aproximadamente um total de 1750 horas por ano de trabalho e em 1950 um total de 2000 horas de trabalho por ano, podemos dizer que o trabalhador brasileiro, em média, trabalha cerca de 87,5% em horas por ano do que trabalhava em 1950. Parece estranho, mas a sensação que alguns de nós temos é a de que nunca trabalhamos tanto quanto atualmente. Essa sensação de sobrecarga pode vir dois fatores: i) não sabemos como era a rotina de trabalho das pessoas em 1950; ii) a produtividade do trabalho aumentou. Vamos focar nossa atenção no fator ii). Se a produtividade do trabalho aumentou, conforme mostra o gráfico da Figura 2, quer dizer que temos tempo sobrando para fazer outras coisas.
Como pode ser visto no gráfico da Figura 2, a produtividade laboral teve um crescimento enorme, não tão grande em outros mas ainda expressivo, em alguns países nos últimos. Esse crescimento está associado a várias coisas e uma delas é o desenvolvimento tecnológico. Por enquanto, vamos pensar um pouco em como esse aumento de produtividade tem afetado a sociedade. Uma pessoa ser produtiva quer dizer que ela consegue “fazer as coisas mais rapidamente”. Daí sobraria tempo para se divertir ou estar com a família. No entanto, não raro, algumas pessoas arranjam outro trabalho ou outra ocupação para preencher o tempo livre. Assim, ela se torna ainda mais produtiva do que seus colegas que têm apenas um trabalho.
É aí que há um possível perigo. Segundo o filósofo Alemão, nascido na Coréia do Sul, Byung-chul Han, em seu livro A Sociedade do Cansaço, Editora Vozes, 2019, página 23, “A sociedade do Século XXI não é mais a sociedade disciplinar, mas uma sociedade de desempenho”. Ele se refere à sociedade disciplinar, como aquela sociedade que foi exposta por Focault em que instituições como Escola, Igreja e Governo exerciam coerção disciplinar em seus membros. Hoje haveria uma suposta liberdade dessa coerção disciplinar, pois a coerção, segundo Han, agora é neuronal.
Você está sempre ansioso por que não terminou algum projeto no prazo, por que não levou seu filho no colégio exatamente no horário que havia planejado, por que não passou 1 hora por dia na academia todos os dias da semana. Como se isso não bastasse, a grande facilidade de acesso à informação e a meios de entretenimento multimídia têm competido também pelo controle da nossa capacidade de desempenho. Pois, sempre há um número maior de séries na Netflix do que você é capaz de assistir em maratonas de fim de semana.
Podemos dizer que a sociedade passou por pelo menos três eras em termos de medida de valor e riqueza: a era em que quem tinha recursos materiais era chamado de rico (terra, gado, etc); a era que ainda estamos vivendo, em que quem tem poder de processamento e manipulação da informação é rico; e a era em que quem domina a atenção das pessoas sobre a informação é que é rico. Sobre as duas últimas eras mencionadas, basta olharmos para o ranking das empresas mais ricas do mundo e veremos que no top 10 estão empresas de tecnologia da informação tais como: Google, Apple, Facebook e Microsoft. Todas essas empresas têm pelo menos um aspecto em comum: exploram ferramentas para capturar a sua atenção. Por que hoje o valor de um software é medido de acordo com quanto tempo ele é capaz de manter a sua atenção nele. Como no mundo capitalista os fins justificam os meios, tais empresas têm explorado o conhecimento de como os mecanismos de vícios em drogas funcionam para criar softwares que provocam vícios semelhantes ao vício em drogas. E lá se vai nossa saúde mental e paz de espírito.
É incrível como o vírus do alto desempenho está impregnado na sociedade contemporânea. Alguém poderia achar que a meditação e o Yoga seriam um uma ilha paradisíaca que poderíamos visitar para não naufragar nesse mar de lágrimas do alto desempenho. Mas como o grande escritor Eduardo Pinheiro (Padma Dorje) já deixou claro seu texto o Zen Canalha de Steve Jobs , mesmo a meditação está sendo usada com o objetivo de alto desempenho e por isso essas abordagens que usam meditação para aumentar a produtividade dos funcionários está sendo chamada pejorativamente de McMindfulness.
Então, o que nos resta é meditar pelo simples prazer de sentar em silêncio. Sabendo que num mundo em que todo mundo está correndo contra o relógio, sentar em silêncio é um ato de rebeldia.
Experiências, Baratos e a Longa Jornada para a Liberação
Se o Yoga dobrou o seu corpo, mas não dobrou a sua mente, o objetivo não foi alcançado.
Muitos de nós, provavelmente, ao começarmos a nos interessar por assuntos relacionados ao Yoga lemos e ouvimos tudo que temos acesso. Como sobre todos os assuntos, existe muito mais material de baixa qualidade disponível do que bom material.
A pouca disponibilidade de material confiável nos faz acreditar em muitas ideias mirabolantes sobre a jornada no caminho do Yoga. Dentre as ideias mais absurdas que há por aí, existe a ideia de que ter experiências alucinantes pode levar alguém à libertação espiritual. Antes de continuar, caro leitor, perceba que eu não estou afirmando que não existam experiências “loucas” no caminho. Sim, pode haver, mas tais experiências não são o objetivo da prática.
Existem algumas marcas registradas de Yoga comercial que tem como um de seus objetivos causar efeitos de hiperventilação nos praticantes, os quais muitas vezes são/somos inocentes o bastante para achar que o “barato” causado pela prática tem algo a ver com uma coisa mística que as pessoas chamam de kundalini ou aquele estado que dizem que pode ser alcançado pela meditação chamado de samadhi.
A confusão básica que temos aqui é a inversão de causa e consequência. Ou causa e efeito colateral. Práticas sérias de Yoga/Meditação podem provocar efeitos semelhantes a estados alterados de consciência, mas nem todo estado alterado de consciência deve ser considerado sinônimo de evolução espiritual. Se estados alterados de consciência fossem sinônimo de evolução espiritual, todos os usuários de drogas seriam bastante evoluídos espiritualmente. Aparentemente, isso não é verdade.
O progresso na jornada espiritual Yogui deve envolver mudanças cognitivas, pois todo resultado proveniente de ações tem duração proporcional ao esforço empregado para obtê-lo. Apenas o conhecimento/sabedoria é capaz de provocar resultados duradouros. No entanto, a afirmação anterior não exclui a necessidade de praticarmos ações físicas (e.g., ásanas) e mentais (e.g., meditação). Pelo contrário, essas ações são úteis por vários motivos, tais como:
- Preparar mente e corpo para as mudanças cognitivas que virão;
- Prover experiências que comprovam o que o conhecimento teórico estabelece como verdadeiro;
- Trazer saúde e qualidade de vida para que o praticante tenha condições de seguir na jornada adequadamente.
Por fim, lembre-se do seguinte: Se o Yoga dobrou o seu corpo, mas não dobrou a sua mente, o objetivo não foi alcançado.
Você está procurando a meditação quando deveria estar procurando psicoterapia?
Embora o ocidente esteja correndo loucamente em direção à meditação como se ela fosse uma panacéia para os problemas mentais, a revelação de alguns mestres de meditação sobre os problemas mentais que enfrentam pode estar indicando a verdade sobre tal prática milenar.
Após alguns mestres consagrados de meditação (principalmente budistas) revelarem que enfrentam problemas mentais, alguns aspirantes ou praticantes de meditação demonstraram desapontamento sobre a eficácia da meditação.
Muitos casos de transtornos mentais entre mestres budistas vieram à tona após a morte de Michael Stone por overdose de opióides. Michael Stone foi um renomado professor canadense de meditação, psicoterapeuta e yogi que escondia de seus alunos os problemas que enfrentava com transtorno bipolar. Pessoas próximas a ele relataram que ele temia o estigma da doença mental, dos preconceitos, e tinha medo de ser rejeitado como professor de Budismo devido aos problemas que enfrentava.
O monge Zen Budista Dogo Barry Graham diz que sempre que percebe algum aluno em busca de cura de problemas mentais usando meditação fala objetivamente com ele que a meditação não pode tratar problemas mentais. Mais que isso, Graham explica que tem problemas mentais e que o Prozac o ajuda muito mais que o Zazen.
O fato é que devido aos próprios budistas a meditação tem sido vista como uma panacéia para os problemas mentais. Especialmente, devido aos “cientistas” envolvidos com o movimento chamado perjorativamente de McMindfulness. Ou seja, a meditação usada como pílula para aumentar o foco no trabalho, para lidar com o stress da vida moderna, etc.
Em um texto recente da revista Tricycle o autor afirma:
Como praticada no contexto tradicional Budista, a mindfulness não é uma forma poderosa espiritualizada de psicoterapia, ou um dispositivo para afinar o ego, muito menos um estratégia para alcançar uma completa autossuficiência invulnerável. Embora de uma forma resumida ela pode ser legitimamente aproveitada para o objetivo de curar o self de uma gama de desordens emocionais e mentais, como um componente essencial no caminho Budista para o nibbana, a mindfulness não é sobre ficar feliz, ou se tornar uma pessoa melhor. Não é sobre felicidade de jeito nenhum – pelo menos não se felicidade é entendida como satisfação de desejos. A mindfulness é, sim, sobre insight enraizado, renúncia , e auto-entrega não-qualificada.
O melhor texto em português que conheço sobre a deturpação dos objetivos da meditação nos dias de hoje foi escrito por Eduardo Pinheiro no Papo de Homem. O título do texto é o Zen Canalha de Steve Jobs, vale a pena ser lido.
Enfim, a meditação é uma ferramenta de desenvolvimento espiritual. Pode ter efeitos colaterais positivos como relaxamento e paz. Mas também pode ter efeitos horrivelmente fortes na mente do praticante. As meditações de youtube totalmente desconectadas de tradição, no máximo são concentração ou relaxamento. A meditação mais profunda e com objetivos espirituais deve ser praticada com o apoio de uma comunidade em que há um professor e pessoas mais experientes. Além disso, as comunidades que praticam meditação com objetivos espirituais seguem tradições milenares que dão segurança ao buscador.
Samsara: as voltas que a gente dá
Idas e vindas no caminho do Yoga.
Ultimamente tenho me sentido cansado da “busca”. Pensei sobre várias coisas que ocorreram durante esses anos envolvido com Yoga e etc. Como é engraçado olhar pra trás e ver como nossos objetivos com Yoga mudam. Eu comecei no Yoga para lidar com tendinites infernais cujas dores nenhum ortopedista nem fisioterapeuta tradicionais tinham conseguido reduzir.
Lembro-me da primeira aula de ásanas:
– Professora, preciso acreditar em coisas estranhas ou recitar rezas para seres sobrenaturais para poder praticar Yoga?
– “Homi”, deixe de bobagem e se estique logo aí.
Creio que muitos de nós começamos assim, em busca de saúde física e bastante desconfiados com os seres antropormóficos com cabeça de elefante ou corpo de macaco.
Em algum momento, descobrimos algum livro do tipo: Yoga para pessoas XYZ. Onde XYZ pode ser trocado por ansiosas, nervosas, diabéticas, claustrofóbicas, distópicas (a modinha do momento), depressivas, etc. É claro que um assunto que é tratado como panácea merece muito ceticismo.
Embora nossa sociedade tente nos vender o Yoga como um remédio para todos os males, esse erro nos traz uma coisa boa: é por aí que todo mundo entra. Por estarmos insatisfeitos com algo em nós mesmos ou com o mundo, buscamos alternativas. Uma solução possível é o Yoga.
Mas com o tempo tenho começado a entender (eu acho) o que meus professores têm ensinado: não há nada errado comigo, nem com você, nem com o mundo. É fácil falar, mas estou começando a concordar com eles. Algo me diz que estão certos. Provavelmente, um dos erros básicos da auto-ajuda barata é o consenso de que há algo errado com você. Livros do tipo “Como lidar com XYZ negativo” podem até ajudar no início, mas depois de um tempo tentando e percebendo que o XYZ continua lá, percebemos que provavelmente ele não é negativo, mas a forma com que lidamos com ele sim.
Muitas dessas conclusões que tenho tirado sobre a (minha) vida têm surgido do estudo de Vedanta. Um estudo que tem sido bastante precioso no caminho do auto-entendimento. É confortante saber que, de partida, não há nada de errado consigo mesmo. Mas a distância entre saber e realizar só pode ser sobrepujada com a ajuda de alguém mais experiente, possivelmente um professor.
Então, aqui estou de volta ao começo olhando para as coisas que gostaria de lidar usando o Yoga e percebendo que elas estão bem como estão…
Dandipani: O Alquimista da Energia
Para iniciar o ano novo, nada melhor do que dicas para desenvolver a concentração e a força de vontade. Se você acha que nunca termina o que começa ou mesmo que não tem força de vontade para começar o que gostaria, este vídeo é para você. Neste vídeo, Dandipani explica que mente e consciência são coisas diferentes. Que a sua energia está onde sua consciência está. Além disso ensina como desenvolver a concentração e a força de vontade. Ative as legendas em português.
Livros Recomendados
Nesta página, há algumas sugestões de livros sobre Yoga e Meditação. Será atualizada com certa regularidade.
Última Atualização: 20 de dezembro de 2017
A Tradição do Yoga – Georg Feuerstein
Ótimo livro para quem deseja ter uma visão geral do Yoga como tradição espiritual presente como prática em diversas religiões especialmente de origem indiana (ex., Hinduísmo, Budismo e Janinismo). Georg Feurstein foi um praticante-acadêmico, ele praticou Yoga desde a adolescência, teve contato com grandes mestres e posteriormente se dedicou à pesquisa e escrita acadêmica sobre temas relacionados ao Yoga e as tradições espirituais de origem indiana. Este livro apresenta o Yoga como ferramenta de desenvolvimento espiritual. Além disso, apresenta traduções de trechos de importantes textos tradicionais e explicações sobre os diversos ramos do Yoga: Hatha Yoga, Raja Yoga, Laya Yoga, Jnana Yoga, Karma Yoga, Bhakti Yoga, etc. Este livro vale a pena ser lido por todos os praticantes que encaram o yoga como caminho espiritual.
Viagem Interior – Caco de Paula, Jomar Morais, Karen Gimenez e Marcia Bindo
Durante muitos anos a Revista Super Interessante publicou artigos sobre Yoga e Meditação. Os autores desse livro juntaram várias idéias presentes nos artigos da Super Interessante e construíram este livro, que antes havia sido publicado como quatro livros independentes. O livro é dividido em quatro partes: Yoga, Meditação, Buda e Dalai Lama. Cada parte contém, além de uma introdução ao tema, dicas de leitura e de sites para posterior aprofundamento nos temas. É um livro ótimo para quem está começando e não sabe nada sobre o assunto.
Yoga: Imortalidade e Liberdade – Mircea Eliade
Este livro é de caráter mais acadêmico e de linguagem mais complexa para o leigo. Porém, seu conteúdo é de grande profundidade espiritual. Este livro apresenta as origens históricas do Yoga, como ele surgiu na sociedade indiana, quais os textos mais antigos que tratam do assunto, quais os principais conjuntos de práticas envolvidos, etc. O livro foi um dos resultados da pesquisa de doutorado do autor. Por se tratar de um livro que foi publicado há décadas e seu autor já faleceu, há uma versão digital no site Archive.
Tantra – Sexualidade e Espiritualidade
Neste livro, Georg Feurstein apresenta as principais influências do Tantra na cultura indiana. A discussão do livro gira em torno, principalmente, do Tantra Kaula. O autor desmistifica vários mal-entendidos que existem no ocidente em torno do termo Tantra. O leitor não deve ler este livro buscando um guia de práticas, nem de posturas. Primeiro por que Tantra, não necessariamente, envolve sexo, segundo por que este livro não é um manual. O fato dele não ser um manual decorre de não ser possível ensinar/aprender adequadamente práticas de Yoga por meio da leitura de textos sem que a pessoa nunca tenha tido instruções de uma pessoa mais experiente.
Tantra Illuminated – Christopher Wallis
Esta é uma obra enciclopédica sobre o Tantra, especialmente sobre o Tantra Não-Dual Shaiva (TNDS). O autor é praticante desde a adolescência, foi aluno de grandes mestres e posteriormente fez doutorado em Oxford em temas relacionados à tradução de textos escritos em sânscrito. Seu orientador de doutorado foi Alexis Sanderson um dos poucos ocidentais que foram alunos do último mestre da filosofia TNDS. O livro trata das origens históricas do Tantra, sua cosmologia e práticas. Além disso, apresenta as nove principais linhagens do Tantra. Provavelmente, é o melhor livro escrito sobre o tema nos dias de hoje.
O Despertar da Kundalini
Neste livro, Gopi Krishna conta a sua trajetória no caminho da meditação. Ela conta como foi o despertar da Kundalini para ele, o estado doentio pelo qual ele passou, as dificuldades enfrentadas, o sofrimento e praticamente desejo de morte que teve devido ao despertar da energia da Kundalini sem que tivesse alguém para orientá-lo. Este livro deve ser lido por todas as pessoas que têm curiosidade sobre o tema, mas que às vezes não são criteriosas quanto às suas práticas nem quanto à busca por professores adequados.
Neurofisiologia da Meditação
Este é um livro escrito para quem tem curiosidade de saber o que se passa na mente em termos de eletroquímica e biologia durante as práticas meditativas. O tema é apresentado de modo que um leitor que não tenha formação nas áreas de saúde ou ciências biológicas seja capaz de entender o que é apresentado. Um ponto fraco do livro são as referências exageradas a determinadas pessoas conhecidas na área de cura espiritual. De certa forma, essas referências fogem ao tema alvo do livro.
Autobiografia de um Yogue
Este é um livro, no mínimo, divertido. O autor apresenta relatos de suas experiências com Yogues realizados. Dentre os relatos há casos de pessoas capazes de atravessar paredes, flutuar e se multiplicar. Deve ser lido com mente aberta.
Um caminho com coração – Jack Kornfield
Jack Kornfield é um renomado professor americano de meditação budista. Passou mais de dez anos como monge budista na ásia, teve aulas com mestres como Sri Nisargadatta Maharaj, Ajahn Chah e Kalu Rinpoche. Após seu treinamento na Ásia, voltou aos Estados Unidos e recebeu formação em Psicologia Clínica. Este livro, embora numa temática budista, é de extremo valor para qualquer pessoa que se dedica à meditação. Este livro apresenta várias dificuldades que podem surgir na vida de quem medita e como lidar adequadamente com elas.
Emergência Espiritual – Stanislav Grof e Christina Grof
Os autores apresentam uma coletânea de textos de mestres renomados sobre as diversas transformações e dificuldades que as pessoas podem passar durante a caminhada espiritual. Apresenta também uma discussão polêmica sobre o fato de que, em nossa sociedade, a transformação espiritual pode ser encarada como doença mental e as pessoas que estão passando por transformações espirituais podem sofrer preconceitos e serem medicadas sem terem nenhuma doença física.
Ciência Contemplativa – Alan Wallace
Antes que me perguntem, adianto a resposta: ALAN WALLACE NÃO É O CRIADOR DA CIÊNCIA CONTEMPLATIVA! Ninguém é o criador! A ciência contemplativa é um conjunto de práticas de engajamento psicofísicas que são capazes de transformar positivamente o ser humano trazendo-lhe saúde e proporcionando-lhe qualidade de vida. Tais práticas foram desenvolvidades, especialmente, em sociedades asiáticas em tradições como: Yoga, Budismo, Taoísmo, etc. Neste livro, o autor apresenta a visão geral da Ciência Contemplativa, apresenta, também, as críticas da Ciência moderna às experiências em primeira pessoa e discute respostas às críticas da Ciência Moderna. A principal crítica a este livro é a ausência de neutralidade, pois a parte teórico-filosófica é totalmente embasada no Budismo Tibetano. Porém, isso ocorre devido o autor ter passado mais de dez em treinamento por grandes mestres tibetanos.
O Yoga Tradicional de Patanjali – Roberto de A. Martins
Provavelmente, o melhor livro sobre Raja-Yoga escrito no Brasil. O autor apresenta o Raja-Yoga de Patanjali por meio de um apanhado de textos históricos e tradicionais da cultura indiana, tais como Upanishads e Puranas. Ao final do livro há dois apêndices contendo as traduções do autor para os textos “Sankhya Karika” e “Yoga Sutra”. O autor é praticante de Raja-Yoga há mais de quarenta anos, além de ser um exímio pesquisador nas áreas de Yoga e Filosofia da Ciência.
Uma luz sobre o Hatha-Yoga
Este é, provavelmente, o melhor livro sobre Hatha-Yoga. Apresenta o desenvolvimento histórico do Hatha-Yoga, os personagens principais envolvidos, as práticas existentes. Além disso, apresenta algo que pode surpreender os leitores: a grande quantidade de práticas de meditação existentes no Hatha-Yoga e conhecidas como Laya-Yoga. Este livro não é um manual de posturas. O autor é praticante de Raja-Yoga há mais de quarenta anos, além de ser um exímio pesquisador nas áreas de Yoga e Filosofia da Ciência.